utils:ed
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utils:ed [2025/01/09 21:36] – [Lidando com erros] ajustes tipográficos hrcerq | utils:ed [2025/01/19 13:26] (atual) – [Uma nota sobre alertas] transformado em nota hrcerq | ||
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Muito bem, já vimos os conceitos principais, agora é hora de um pouco de prática. Vamos começar pelo básico que é iniciar e encerrar o editor __ed__. A propósito, não saber encerrar um editor pode causar um certo pânico, então vamos tratar disso logo. | Muito bem, já vimos os conceitos principais, agora é hora de um pouco de prática. Vamos começar pelo básico que é iniciar e encerrar o editor __ed__. A propósito, não saber encerrar um editor pode causar um certo pânico, então vamos tratar disso logo. | ||
- | Para iniciar o editor __ed__, vamos começar com um exemplo simples, sem abrir nenhum arquivo, apenas iniciar o editor com um //buffer// vazio. Você verá uma linha vazia, na qual um comando pode ser inserido. Então você aprenderá o seu primeiro comando agora, o comando | + | Para iniciar o editor __ed__, vamos começar com um exemplo simples, sem abrir nenhum arquivo, apenas iniciar o editor com um //buffer// vazio. Você verá uma linha vazia, na qual um comando pode ser inserido. Então você aprenderá o seu primeiro comando agora, o comando |
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- | Ufa! Agora você já sabe encerrar o editor, quando precisar. Mas vou além: o comando | + | Ufa! Agora você já sabe encerrar o editor, quando precisar. Mas vou além: o comando |
- | É importante frisar que digitar | + | É importante frisar que digitar |
- | Agora, um outro ponto que é importante aprender desde cedo é sobre a configuração e uso de um //prompt//. Como falei antes, ele é um meio de evitar a confusão entre o modo de comandos e o modo de entrada. Para iniciar o editor já com o uso de um //prompt// você deve usar o parâmetro | + | Agora, um outro ponto que é importante aprender desde cedo é sobre a configuração e uso de um //prompt//. Como falei antes, ele é um meio de evitar a confusão entre o modo de comandos e o modo de entrada. Para iniciar o editor já com o uso de um //prompt// você deve usar o parâmetro |
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Aqui usei um asterisco seguido de espaço, mas fica a seu critério qual texto acha melhor como //prompt//. Desaconselho o uso de interrogação, | Aqui usei um asterisco seguido de espaço, mas fica a seu critério qual texto acha melhor como //prompt//. Desaconselho o uso de interrogação, | ||
- | Para não ter que usar esse parâmetro | + | Para não ter que usar esse parâmetro |
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Nos exemplos seguintes partirei da premissa de que o //alias// do exemplo acima está configurado. | Nos exemplos seguintes partirei da premissa de que o //alias// do exemplo acima está configurado. | ||
- | Antes de prosseguir, tenho apenas mais um assunto para comentar sobre // | + | Antes de prosseguir, tenho apenas mais um assunto para comentar sobre // |
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Linha 238: | Linha 238: | ||
Para quê desabilitar o //prompt//? Eu realmente não consigo imaginar um bom motivo, mas caso você tenha se esquecido de configurá-lo previamente, | Para quê desabilitar o //prompt//? Eu realmente não consigo imaginar um bom motivo, mas caso você tenha se esquecido de configurá-lo previamente, | ||
- | Apenas tenha em mente que por padrão o prompt usado é um asterisco ('' | + | Apenas tenha em mente que por padrão o prompt usado é um asterisco (*****) sem um espaço depois, o que visualmente pode causar algum desconforto por misturar o //prompt// ao comando, então é mais interessante configurá-lo antes de iniciar o editor, como apontei antes. |
===== Abrindo e trocando de arquivos ===== | ===== Abrindo e trocando de arquivos ===== | ||
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" | " | ||
- | Ao iniciar o editor com um //buffer// vazio, essa informação não existe. Porém, ao iniciar com um arquivo, ou ao carregar um arquivo, como feito nos exemplos anteriores, essa informação é preenchida, com o nome do arquivo carregado (neste exemplo, | + | Ao iniciar o editor com um //buffer// vazio, essa informação não existe. Porém, ao iniciar com um arquivo, ou ao carregar um arquivo, como feito nos exemplos anteriores, essa informação é preenchida, com o nome do arquivo carregado (neste exemplo, |
Para visualizar o nome memorizado, usamos o comando **f**. Um erro será emitido se o nome não estiver preenchido ainda. | Para visualizar o nome memorizado, usamos o comando **f**. Um erro será emitido se o nome não estiver preenchido ainda. | ||
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- | ==== Uma nota sobre alertas ==== | + | <note important> |
- | + | **Atenção**\\ | |
- | No ed, há uma diferença sutil entre erros e alertas. Os alertas são emitidos quando você pode perder dados do //buffer// por fechar o editor ou carregar algum outro arquivo. Como mostrei no exemplo anterior, se você insistir em uma ação desse tipo, o ed entenderá que você sabe o que está fazendo e não entrará no seu caminho. | + | \\ |
- | + | No __ed__, há uma diferença sutil entre erros e alertas. Os alertas são emitidos quando você pode perder dados do //buffer// por fechar o editor ou carregar algum outro arquivo. Como mostrei no exemplo anterior, se você insistir em uma ação desse tipo, o __ed__ | |
- | Mas há uma detalhe que pode te pegar de surpresa: depois que o ed emite o alerta de que o //buffer// foi alterado, ele considera que o alerta já foi dado. Se você continuar a editar o //buffer// depois disso e mais tarde resolver fechar o editor, ele não emitirá outro alerta e encerrará. | + | \\ |
- | + | Mas há uma detalhe que pode te pegar de surpresa: depois que o __ed__ | |
- | Portanto, é uma boa prática salvar as modificações feitas logo depois do alerta, caso realmente queira salvar. Mais à frente veremos como modificar um arquivo e como salvar modificações. Quando você salva o conteúdo do //buffer// o ed volta a considerar que precisa te alertar, se houver mais modificações e você tentar executar outra ação que possa ocasionar perda. | + | \\ |
+ | Portanto, é uma boa prática salvar as modificações feitas logo depois do alerta, caso realmente queira salvar. Mais à frente veremos como modificar um arquivo e como salvar modificações. Quando você salva o conteúdo do //buffer// o __ed__ | ||
+ | </ | ||
===== Indo e voltando ===== | ===== Indo e voltando ===== | ||
- | Até agora só vimos como abrir um arquivo no ed, mas não fizemos nada, nem leitura nem escrita. Vamos então começar com o básico da leitura, que é usar endereços para avançar e/ou retroceder sobre o texto. A princípio os conceitos podem parecer bem rudimentares, | + | Até agora só vimos como abrir um arquivo no __ed__, mas não fizemos nada, nem leitura nem escrita. Vamos então começar com o básico da leitura, que é usar endereços para avançar e/ou retroceder sobre o texto. A princípio os conceitos podem parecer bem rudimentares, |
- | Recapitulando os conceitos, o ed possui uma noção de posição dentro do texto, sendo a posição uma linha específica. Ao abrir o editor, você estará na última linha do //buffer//, ou na posição zero, se o //buffer// estiver vazio. Para saber que linha é essa (última ou zero), você pode usar o comando | + | Recapitulando os conceitos, o __ed__ |
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</ | </ | ||
- | Isso já é um primeiro passo no senso de localização dentro do texto. Mas como ir para outras linhas? Para isso, usamos endereços que apontam para essas linhas. O mais simples deles é informar o número da linha. Ao informar | + | Isso já é um primeiro passo no senso de localização dentro do texto. Mas como ir para outras linhas? Para isso, usamos endereços que apontam para essas linhas. O mais simples deles é informar o número da linha. Ao informar |
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Eu sei. Isso não parece muito conveniente, | Eu sei. Isso não parece muito conveniente, | ||
- | Existem outras maneiras de apontar para uma linha, sem ser pelo seu número. Se usarmos o ponto ('' | + | Existem outras maneiras de apontar para uma linha, sem ser pelo seu número. Se usarmos o ponto (**.**) como endereço, apenas apontamos para a linha atual. No exemplo a seguir continuamos de onde paramos no anterior (linha 2): |
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- | Não parece muito útil. Mas novamente, atenha-se ao significado do endereço (linha atual). Existem também o endereço da próxima linha, que denotamos com o mais ('' | + | Não parece muito útil. Mas novamente, atenha-se ao significado do endereço (linha atual). Existem também o endereço da próxima linha, que denotamos com o mais (**+**), e o da linha anterior, com o sinal de menos (**-**). |
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</ | </ | ||
- | Você pode especificar ainda algo como "duas linhas à frente" | + | Você pode especificar ainda algo como "duas linhas à frente" |
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< | < | ||
- | Além do sinal de menos ('' | + | Além do sinal de menos (**-**) para voltar, podemos usar também o acento circunflexo (**^**) para o mesmo efeito. Porém ele não é exatamente um consenso entre implementações, |
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- | Agora, digamos que em algum momento você já se esqueceu de quantas linhas avançou ou voltou e não sabe o número da linha atual. É possível verificar? Claro! Novamente, usando o comando | + | Agora, digamos que em algum momento você já se esqueceu de quantas linhas avançou ou voltou e não sabe o número da linha atual. É possível verificar? Claro! Novamente, usando o comando |
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Podemos determinar um endereço antes do operador de igual para mostrar a qual linha ele se refere. Por padrão, ele mostra a última, mas se antecedido por um endereço, retorna a linha desse endereço. | Podemos determinar um endereço antes do operador de igual para mostrar a qual linha ele se refere. Por padrão, ele mostra a última, mas se antecedido por um endereço, retorna a linha desse endereço. | ||
- | Veremos mais detalhes sobre essa estrutura de comandos na seção seguinte. Mas seguindo na explicação sobre endereços, existe também um endereço para a última linha. Para ele, usamos o cifrão ('' | + | Veremos mais detalhes sobre essa estrutura de comandos na seção seguinte. Mas seguindo na explicação sobre endereços, existe também um endereço para a última linha. Para ele, usamos o cifrão (**$**). |
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Linha 467: | Linha 469: | ||
Existem ainda outras formas de endereçamento que vamos explorar, mas que dependem da explicação de novos conceitos. Agora já podemos falar um pouco mais sobre os comandos que podemos usar e como tirar melhor proveito desses endereços que aprendemos. | Existem ainda outras formas de endereçamento que vamos explorar, mas que dependem da explicação de novos conceitos. Agora já podemos falar um pouco mais sobre os comandos que podemos usar e como tirar melhor proveito desses endereços que aprendemos. | ||
+ | |||
===== A estrutura dos comandos ===== | ===== A estrutura dos comandos ===== | ||
Linha 718: | Linha 721: | ||
===== Mais comandos de visualização ===== | ===== Mais comandos de visualização ===== | ||
- | Até aqui você só utilizou o comando | + | Até aqui você só utilizou o comando |
- | O primeiro deles é o comando | + | O primeiro deles é o comando |
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- | Como você pode imaginar, esse é um recurso valioso para edição de programas e arquivos de configuração. E ele também é útil para se localizar em um arquivo. Antes falamos do comando | + | Como você pode imaginar, esse é um recurso valioso para edição de programas e arquivos de configuração. E ele também é útil para se localizar em um arquivo. Antes falamos do comando |
- | Agora vamos ver o outro comando, | + | Agora vamos ver o outro comando, |
O que quer dizer " | O que quer dizer " | ||
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- | Percebeu a diferença? No lugar de uma apresentação bonitinha, temos uma outra mais feia, mas também mais reveladora. Primeiro, para cada fim de linha temos um sinal de cifrão ('' | + | Percebeu a diferença? No lugar de uma apresentação bonitinha, temos uma outra mais feia, mas também mais reveladora. Primeiro, para cada fim de linha temos um sinal de cifrão (**$**) para deixar evidente que ali há um caractere de fim de linha, que é um caractere não imprimível (também muitas vezes expresso como **\n** em algumas representações). |
- | Caracteres do conjunto ASCII são apresentados sem nenhuma alteração, | + | Caracteres |
- | E para quê isso é útil? As funções disso variam bastante. Por exemplo, você deve se lembrar quando citei nas desvantagens do ed a possibilidade | + | Portanto, podemos saber cada um dos bytes que está impresso no //buffer// pela sua representação octal, caso não seja imprimível ou não seja ASCII. |
- | Porém, com o comando '' | + | E para quê isso é útil? As funções disso variam bastante. Por exemplo, você deve se lembrar quando citei nas desvantagens do __ed__ a possibilidade de acidentalmente incluir |
- | Mas o comando | + | Porém, com o comando **l** você verá que esses caracteres estão ali, e saberá que precisa fazer uma correção. Como? Existem formas diferentes. Por enquanto você pode usar um comando que já aprendeu, o comando **c**, que substitui o conteúdo de uma linha por uma ou mais outras linhas. Essa normalmente não é a forma mais confortável de fazer essa correção, e mais adiante nesse tutorial vamos ver outra maneira mais conveniente. |
+ | |||
+ | Mas o comando | ||
Ao editar arquivos gravados em codificações diferentes (por exemplo, em ISO-8859-1 em um sistema que espera UTF-8), esse comando também poderá ser útil, pois mostrar caracteres de uma codificação diferente do esperado também pode resultar em caracteres não imprimíveis ou símbolos inesperados aparecendo na tela. | Ao editar arquivos gravados em codificações diferentes (por exemplo, em ISO-8859-1 em um sistema que espera UTF-8), esse comando também poderá ser útil, pois mostrar caracteres de uma codificação diferente do esperado também pode resultar em caracteres não imprimíveis ou símbolos inesperados aparecendo na tela. | ||
- | E ainda, você pode eventualmente trabalhar com arquivos que sejam majoritariamente textuais, mas que tenham dentro deles partes compostas por arquivos binários. Isso acontece por exemplo em arquivos no formato SVG com imagens rasterizadas embutidas, ocorre às vezes em programas Shell com programas binários no final. | + | E ainda, você pode eventualmente trabalhar com arquivos que sejam majoritariamente textuais, mas que tenham dentro deles partes compostas por arquivos binários. Isso acontece por exemplo em arquivos no formato SVG com imagens rasterizadas embutidas, ocorre às vezes em programas |
- | Portanto, o ed pode ser muito útil como uma ferramenta de inspeção de arquivos. | + | Portanto, o __ed__ |
- | Ainda outra situação onde esse comando vem a calhar é quando você quer saber se existem espaços no final da linha. O comando | + | Ainda outra situação onde esse comando vem a calhar é quando você quer saber se existem espaços no final da linha. O comando |
- | Um ponto importante a saber sobre os comandos de apresentação ('' | + | Um ponto importante a saber sobre os comandos de apresentação (**p**, **n** e **l**) é que eles podem ser combinados com vários dos outros comandos do __ed__ |
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- | Nesse exemplo, ao usar '' | + | Nesse exemplo, ao usar **n** e **l** de uma só vez, vemos as linhas numeradas e em apresentação inequívoca. |
Veremos depois que anexar comandos de apresentação a outro comando é útil em operações de pesquisa e substituição de texto, para mostrar uma linha pesquisada ou o resultado de alguma alteração aplicada. | Veremos depois que anexar comandos de apresentação a outro comando é útil em operações de pesquisa e substituição de texto, para mostrar uma linha pesquisada ou o resultado de alguma alteração aplicada. | ||
+ | |||
===== Pesquisa de texto ===== | ===== Pesquisa de texto ===== | ||
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===== Expressões regulares ===== | ===== Expressões regulares ===== | ||
- | Talvez esse último exemplo que mostrei, do corpo da função tenha te deixado com a pulga atrás da orelha, e se perguntando algo como "mas e se existisse outro fecha-chaves dentro da função, para um bloco '' | + | Talvez esse último exemplo que mostrei, do corpo da função tenha te deixado com a pulga atrás da orelha, e se perguntando algo como "mas e se existisse outro fecha-chaves dentro da função, para um bloco **if** por exemplo?" |
Isso realmente comprometeria nosso exemplo, pois a pesquisa ia parar nele, e não veríamos o restante da função. É aí que entra a nossa capacidade de definir algumas regras dentro da pesquisa, para garantir que vamos encontrar exatamente aquilo que queremos. Pesquisar apenas um fecha-chaves pode retornar qualquer um, mas eu poderia determinar que quero especificamente o fecha-chaves que está isolado na linha, ou seja, início da linha, seguido do fecha-chaves, | Isso realmente comprometeria nosso exemplo, pois a pesquisa ia parar nele, e não veríamos o restante da função. É aí que entra a nossa capacidade de definir algumas regras dentro da pesquisa, para garantir que vamos encontrar exatamente aquilo que queremos. Pesquisar apenas um fecha-chaves pode retornar qualquer um, mas eu poderia determinar que quero especificamente o fecha-chaves que está isolado na linha, ou seja, início da linha, seguido do fecha-chaves, | ||
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- | Mas o que foi isso? Se você já usou expressões regulares, sabe que os caracteres | + | Mas o que foi isso? Se você já usou expressões regulares, sabe que os caracteres |
- | Não está no escopo desse tutorial ensinar a usar expressões regulares, mas atente-se aos exemplos, pois eles serão comentados (e depois busque entender como funcionam as [[https:// | + | Não está no escopo desse tutorial ensinar a usar expressões regulares, mas atente-se aos exemplos, pois eles serão comentados (e depois busque entender como funcionam as [[prog:regex|expressões regulares]], especialmente as BREs (do padrão POSIX), que são usadas no __ed__. |
Do mesmo modo que essas expressões podem restringir o escopo da nossa pesquisa, também podem ampliar. Podemos fazer mais do que buscas literais, pesquisando por classes de caracteres (letras maiúsculas, | Do mesmo modo que essas expressões podem restringir o escopo da nossa pesquisa, também podem ampliar. Podemos fazer mais do que buscas literais, pesquisando por classes de caracteres (letras maiúsculas, | ||
- | Vejamos um exemplo simples: se eu quiser buscar quaisquer diretivas de pré-processamento do código em '' | + | Vejamos um exemplo simples: se eu quiser buscar quaisquer diretivas de pré-processamento do código em //area.c// (portanto, as linhas iniciadas em **#**), eu poderia fazer a seguinte pesquisa: |
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</ | </ | ||
- | Note que aqui pesquisei por qualquer linha que tenha o caractere | + | Note que aqui pesquisei por qualquer linha que tenha o caractere |
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- | Se estivéssemos usando as expressões regulares estendidas, poderíamos usar um '' | + | Se estivéssemos usando as expressões regulares estendidas, poderíamos usar um **+** no lugar do *****. Mas isso não existe nas expressões regulares básicas, então o equivalente seria esse **\{1,\}**, que quer dizer, "ao menos um". Os caracteres de abrir e fechar chaves nesse caso precisam ser " |
Eu friso essas diferenças das expressões básicas pois mesmo pessoas que já estão acostumadas a usar expressões regulares com frequência se confundem ao usar esse " | Eu friso essas diferenças das expressões básicas pois mesmo pessoas que já estão acostumadas a usar expressões regulares com frequência se confundem ao usar esse " | ||
- | Antes que me esqueça de dizer, agora você tem mais um recurso para lidar com os caracteres de controle acidentais: existe a classe | + | Antes que me esqueça de dizer, agora você tem mais um recurso para lidar com os caracteres de controle acidentais: existe a classe |
+ | |||
+ | <note important> | ||
+ | Tenha em mente que a classe **cntrl** abrange caracteres de tabulação, | ||
+ | </ | ||
De modo geral, expressões regulares são um recurso muito poderoso, mas não tenha pressa em tirar o máximo disso, pois usar expressões equivocadas muitas vezes tende a irritar. Comece usando aquilo que tem mais certeza de que vai funcionar, e conforme se familiarizar, | De modo geral, expressões regulares são um recurso muito poderoso, mas não tenha pressa em tirar o máximo disso, pois usar expressões equivocadas muitas vezes tende a irritar. Comece usando aquilo que tem mais certeza de que vai funcionar, e conforme se familiarizar, | ||
- | No ed, as expressões regulares são usadas não apenas em pesquisas comuns, como vimos até aqui, mas também em algumas outras ocasiões, como comandos de substituição de texto e comandos globais. | + | No __ed__, as expressões regulares são usadas não apenas em pesquisas comuns, como vimos até aqui, mas também em algumas outras ocasiões, como comandos de substituição de texto e comandos globais. |
===== Substituindo texto ===== | ===== Substituindo texto ===== | ||
- | Vamos voltar a falar sobre comandos que alteram o conteúdo do //buffer//. Já tínhamos visto o comando | + | Vamos voltar a falar sobre comandos que alteram o conteúdo do //buffer//. Já tínhamos visto o comando |
- | Nesse caso, usamos o comando | + | Nesse caso, usamos o comando |
- | Porém, com o auxílio de expressões regulares, podemos determinar qual (ou quais) caracteres serão editados dentro da linha. Podemos usar uma expressão que abrange toda a linha também ('' | + | Porém, com o auxílio de expressões regulares, podemos determinar qual (ou quais) caracteres serão editados dentro da linha. Podemos usar uma expressão que abrange toda a linha também (**^.*$**), mas nesse caso faria mais sentido usar o comando |
- | A estrutura do comando | + | A estrutura do comando |
Esses três argumentos (termo pesquisado, texto substituto e comando de visualização) são geralmente separados por barras. Então temos a seguinte estrutura: | Esses três argumentos (termo pesquisado, texto substituto e comando de visualização) são geralmente separados por barras. Então temos a seguinte estrutura: | ||
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- | O comando | + | O comando |
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- | O que aconteceu aqui? Na linha 22, usei o comando | + | O que aconteceu aqui? Na linha 22, usei o comando |
- | E se eu quiser substituir várias linhas de uma vez só, é possível? Sim. Por exemplo, talvez eu pense que o nome da função | + | E se eu quiser substituir várias linhas de uma vez só, é possível? Sim. Por exemplo, talvez eu pense que o nome da função |
< | < | ||
Linha 988: | Linha 998: | ||
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- | "Mas pode isso?" Claro que pode. As linhas que não possuem o termo '' | + | "Mas pode isso?" Claro que pode. As linhas que não possuem o termo '' |
- | Lembrando mais uma vez, a vírgula que antecede o comando, na prática equivale a '' | + | Lembrando mais uma vez, a vírgula que antecede o comando, na prática equivale a **1,$**. Eu poderia definir qualquer intervalo de linhas para passar por esse processo, não necessariamente o //buffer// inteiro. |
Enfim, vamos salvar o arquivo com as modificações que fizemos até aqui. | Enfim, vamos salvar o arquivo com as modificações que fizemos até aqui. | ||
Linha 1003: | Linha 1013: | ||
Se eu quisesse mostrar a alteração de cada uma das linhas, seria possível também, mas para isso teria que usar um comando global, assunto que ainda vamos explorar. | Se eu quisesse mostrar a alteração de cada uma das linhas, seria possível também, mas para isso teria que usar um comando global, assunto que ainda vamos explorar. | ||
- | O comando | + | O comando |
< | < | ||
Linha 1023: | Linha 1033: | ||
</ | </ | ||
- | No comando de substituição demonstrado acima, removemos | + | No comando de substituição demonstrado acima, removemos |
- | Note que após a substituição, | + | <note warning> |
+ | **Cuidado!**\\ | ||
+ | \\ | ||
+ | Como alertei antes, caracteres de tabulação se enquadram na classe **cntrl**, portanto evite fazer esse tipo de substituição irrestrita quando houver tabulações que queira preservar.\\ | ||
+ | \\ | ||
+ | Nestes casos será mais interessante fazer substituições pontuais. Comandos globais interativos (explicado mais adiante) também podem ajudar nesses casos. | ||
+ | </ | ||
+ | |||
+ | Note no exemplo acima que após a substituição, | ||
Do mesmo modo, o comando de substituição pode servir para eliminar os espaços sobrando no fim da linha: | Do mesmo modo, o comando de substituição pode servir para eliminar os espaços sobrando no fim da linha: | ||
Linha 1052: | Linha 1070: | ||
</ | </ | ||
- | Agora, usamos a classe | + | Agora, usamos a classe |
- | No lugar do sufixo | + | No lugar do sufixo |
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Linha 1068: | Linha 1086: | ||
</ | </ | ||
- | Ainda sobre substituições, | + | Ainda sobre substituições, |
Imagine, por exemplo, substituir um texto que representa caminhos em um sistema de arquivos (sendo que no UNIX os diretórios são separados por barras). Facilmente você se confundiria, | Imagine, por exemplo, substituir um texto que representa caminhos em um sistema de arquivos (sendo que no UNIX os diretórios são separados por barras). Facilmente você se confundiria, | ||
- | Por isso, podemos usar outros caracteres no lugar da barra. Por exemplo, você pode preferir, em alguns casos, usar o caractere //pipe// ('' | + | Por isso, podemos usar outros caracteres no lugar da barra. Por exemplo, você pode preferir, em alguns casos, usar o caractere //pipe// (**|**), ou talvez um ponto de exclamação (**!**). |
Exemplo: | Exemplo: | ||
Linha 1863: | Linha 1881: | ||
Eu havia comentado brevemente sobre a integração do __ed__ com os comandos do sistema. Vamos detalhar como isso funciona. Sendo o editor padrão do UNIX, seria até estranho que ele não tirasse vantagem dos demais comandos disponíveis no sistema. É parte da filosofia UNIX, afinal. É nessa integração que reside o maior potencial do editor, pois qualquer comando disponível no sistema pode ser utilizado dentro do ed. | Eu havia comentado brevemente sobre a integração do __ed__ com os comandos do sistema. Vamos detalhar como isso funciona. Sendo o editor padrão do UNIX, seria até estranho que ele não tirasse vantagem dos demais comandos disponíveis no sistema. É parte da filosofia UNIX, afinal. É nessa integração que reside o maior potencial do editor, pois qualquer comando disponível no sistema pode ser utilizado dentro do ed. | ||
- | Para executar comandos do sistema no __ed__, usamos o comando | + | Para executar comandos do sistema no __ed__, usamos o comando |
< | < | ||
Linha 1881: | Linha 1899: | ||
E você não precisa se restringir apenas aos comandos padrão do sistema. Qualquer comando disponível e que funcionaria normalmente no shell pode ser usado dessa forma. | E você não precisa se restringir apenas aos comandos padrão do sistema. Qualquer comando disponível e que funcionaria normalmente no shell pode ser usado dessa forma. | ||
- | < | + | < |
- | Não use o comando __cd__ no lançador de comandos do __ed__. Isto não surtirá o efeito que você possivelmente espera. Os comandos são executados em um contexto isolado, então a troca de diretórios ocorreria em uma nova sessão, que encerraria logo em seguida, e para todos os efeitos você continua no mesmo diretório de antes (use o __pwd__ e verá que não houve alteração alguma). Em outras palavras, não há persistência de contexto entre a execução dos comandos do sistema no __ed__. | + | **Não se iluda!**\\ |
+ | \\ | ||
+ | Usar o comando __cd__ no lançador de comandos do __ed__ não surtirá o efeito que você possivelmente espera. Os comandos são executados em um contexto isolado, então a troca de diretórios ocorreria em uma nova sessão, que encerraria logo em seguida, e para todos os efeitos você continua no mesmo diretório de antes.\\ | ||
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+ | Se duvida, compare a saída de __pwd__ | ||
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- | Se quiser repetir o último comando utilizado, basta usar o atalho | + | Se quiser repetir o último comando utilizado, basta usar o atalho |
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Linha 1895: | Linha 1917: | ||
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- | Nesse caso, como houve uma substituição no comando (isto é, do comando fornecido, | + | Nesse caso, como houve uma substituição no comando (isto é, do comando fornecido, |
- | Podemos também usar o sinal de percentual ('' | + | Podemos também usar o sinal de percentual (**%**) em comandos como referência ao nome de arquivo memorizado. Isso pode ser útil, por exemplo quando estamos editando um arquivo-fonte e queremos então acionar um compilador ou interpretador para testá-lo logo em seguida. Nesse caso, é necessário salvar o conteúdo do //buffer// antes de acionar o comando. |
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Linha 1912: | Linha 1934: | ||
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- | Veja que nesse caso sinal de percentual foi substituído por '' | + | Veja que nesse caso sinal de percentual foi substituído por //area.c//, e tal como no caso anterior, o comando é exibido logo antes da execução, por ter havido uma substituição, |
Igualmente, poderia estar manipulando o código de um programa interpretado, | Igualmente, poderia estar manipulando o código de um programa interpretado, |
utils/ed.1736469388.txt.gz · Última modificação: 2025/01/09 21:36 por hrcerq